UC: Uma marca com história
Ao assinar o “Scientiae thesaurus mirabilis”, D. Dinis criava a Universidade mais antiga do país e uma das mais antigas do mundo. Datado de 1290, o documento dá origem ao Estudo Geral, que é reconhecido no mesmo ano pelo papa Nicolau IV. Começa a funcionar em Lisboa, sendo transferida definitivamente para Coimbra em 1537, por ordem do Rei D. João III, após um período de migração entre estas duas cidades. É no Paço Real da Alcáçova, mais tarde Paço das Escolas, que se concentram todas as Faculdades da Universidade de Coimbra – Teologia, Cânones, Leis e Medicina.
Inicialmente confinada ao Palácio Real, a Universidade foi-se estendendo por Coimbra, modificando-lhe a paisagem, tornando-a na cidade universitária, alargada no século XX com a criação do Pólo II, dedicado às engenharias e tecnologias, e já neste século com um terceiro Pólo, na área das ciências da saúde.
Hoje em dia, a Universidade de Coimbra conta com oito Faculdades (Letras, Direito, Medicina, Ciências e Tecnologia, Farmácia, Economia, Psicologia e Ciências da Educação, Ciências do Desporto e Educação Física) e mais de 22 mil alunos.
Estudar na Universidade de Coimbra é dar continuidade à história da matriz intelectual do país, que formou as mais destacadas personalidades da cultura, da ciência e da política nacional.
Com uma incontornável herança histórica, a Universidade de Coimbra celebra em 2018 os seus 728 anos. Contando com um património material e imaterial único, fundamental na história da cultura científica europeia e mundial, a Universidade de Coimbra é desde 2013 Património Mundial da UNESCO.
Créditos: Universidade de Coimbra, aqui
Universidade de Coimbra Alta e Sofia
A Universidade de Coimbra — Alta e Sofia é um conjunto arquitetónico notável, simultaneamente ilustrativo das diversas funções da instituição universitária, que tem as suas origens na Idade Média, e dos vários períodos significativos da história da arquitetura e da arte portuguesa e do espaço geográfico e cultural português – o do antigo Império português. A sua história está intimamente relacionada com as reformas nos campos ideológicos, pedagógicos e culturais, com correspondências diretas ao nível material. Através do seu conjunto, a Universidade de Coimbra representa e é resultado da agregação de uma longa génese cultural, sempre presente e ativa, arquitetónica e esteticamente verificada nos vários edifícios que a compõem, compreendidos nas áreas classificadas de Património Mundial, a Alta e a Sofia.
A Universidade de Coimbra — Alta e Sofia desempenhou um papel único na constituição e unidade da língua portuguesa, expandindo a norma culta da língua e consagrando-se como importante oficina literária e centro difusor de novas ideias, tendo passado por esta instituição vários escritores e divulgadores da língua e da cultura. Sendo a única Universidade em todo o espaço geográfico de administração portuguesa, a sua ação estendeu-se na formação dos profissionais que seguiam para o espaço geográfico de administração portuguesa, quer continental e insular, quer nos antigos territórios ultramarinos até às suas respetivas independências, formando as elites e os movimentos de resistência e contestação ao poder. A universalidade desta Universidade está ainda bem viva nos vários cantos do mundo, já que são muitos os atuais estudantes universitários de vários países, sobretudo os lusófonos, que retomam aquela história, influenciando e deixando-se influenciar culturalmente, mantendo viva a troca de ideias e de conhecimentos.
Créditos: worldheritage.uc.pt, aqui
Monumento memorial da batalha de Aljubarrota e panteão régio, cuja construção teve início em finais do século XIV com o patrocínio de D. João I, o Mosteiro dominicano da Batalha é o mais significativo edifício do gótico português. As suas vastas dependências constituem hoje um excelente exemplo da evolução da arquitetura medieval até ao início do século XVI, desde a experiência inédita do tardo-gótico à profusão decorativa do manuelino.
Situado no centro da vila da Batalha, a construção do Mosteiro da Batalha, também designado Mosteiro de Santa Maria da Vitória, resultou do cumprimento de uma promessa feita pelo rei D. João I, em agradecimento pela vitória em Aljubarrota, em 14 de agosto de 1385, que lhe assegurou o trono e garantiu a independência de Portugal.
As obras prolongaram-se por mais de 150 anos, através de várias fases de construção. Esta duração justifica a existência, nas suas propostas artísticas, de soluções góticas (predominantes) manuelinas e um breve apontamento renascentista.
Vários acrescentos foram introduzidos no projeto inicial, resultando um vasto conjunto monástico que atualmente apresenta uma igreja, dois claustros com dependências anexas e dois panteões reais, a Capela do Fundador e as Capelas Imperfeitas.
João I doou-o à ordem de S. Domingos, doação a que não foram alheios os bons ofícios do Doutor João das Regras, chanceler do reino, e de Frei Lourenço Lampreia, confessor do monarca. Na posse dos dominicanos até à extinção das ordens religiosas em 1834, o monumento foi depois incorporado na Fazenda Pública, estando hoje na dependência da DGPC, assumindo-se como um espaço cultural, turístico e devocional.
O Mosteiro da Batalha integra a Lista do Património da Humanidade definida pela UNESCO, desde 1983.
Créditos: DGPC | Direção Geral do Património Cultural, aqui