Nota Histórico-Artistica: |
A Casa da família Castelo Branco em Dominguiso, também conhecida como Casa da Viscondessa, foi edificada no século XVII, obedecendo à tipologia de casa nobre edificada em Portugal naquela centúria, que normalmente era edificada como um grande conjunto habitacional, que muitas vezes incluía dependências como a capela ou depósitos agrícolas. Este modelo teve como base três directrizes distintas: a simplicidade de divisão do espaço, adoptada da arquitectura popular portuguesa, a característica torre das edificações militares medievais, que perderam funções defensivas para se tornarem símbolos de poder e prestígio, e os elementos construtivos emanados da teoria arquitectónica do Renascimento, sobretudo os divulgados através dos escritos de Sebastiano Serlio e Andrea Palladio.
A casa de Dominguiso acompanhou a evolução do tronco da família Castelo Branco que aí residiu; no final do século XVIII, em 1781, D. Maria I concedeu ao tenente coronel José Joaquim Leal Preto de Lima Castelo Branco, proprietário da casa, o brasão dos Castelo Branco, que passaria a ser exibido no exterior da casa. Quase um século depois, em 1871 a sua proprietária D. Teresa Alexandrina Almeida Pais Castelo Branco recebia o título de Viscondessa de Dominguiso, criado por D. Luís. O edifício sofreu obras de recuperação ao longo do ano de 1998.
A Casa Castelo Branco apresenta planta longitudinal composta pelo espaço habitacional, dividido em três registos, capela e dependências que delimitam o pátio. A fachada principal possui portal ao centro do primeiro registo, ladeado por duas janelas de peito gradeadas de cada lado. O piso superior possui cinco janelas de sacada, com guarda em ferro forjado, no alinhamento das janelas e porta do piso anterior. A fachada é rematada lateralmente por pilastras e superiormente por cornija com guarda de ferro, que separa o último registo, com terraço e volume mais recuado. Lateralmente, inserido no muro, portão de ferro ladeado por dois vãos de moldura rectangular gradeados. É encimado por brasão dos Castelo Branco, sendo o muro rematado por cornija. No interior, o pátio possui ao centro fonte ladeada por dois escudos, o de Portugal e o dos Castelo Branco. Ao nível do segundo registo, foi construído um varandim. A fachada posterior possui três corpos, sendo o central delimitado por pilastras, à semelhança da fachada principal. Parte da fachada é ocupada pelo volume da capela, que ao nível do primeiro registo possui frontão curvo a que corresponde a capela, inserida no corpo do edifício, com portal encimado por estrela e janela de guilhotina encimada pelo brasão da família. No restante corpo da fachada foi aberta uma janela gradeada no primeiro registo e duas janelas no segundo registo.
Catarina Oliveira
GIF/ IPPAR/ 2004
(Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=155642) |