Aldeia Velha de Monsanto

Designação
Designação: Aldeia Velha de Monsanto
Localização
Distrito: Castelo Branco
Concelho: Monsanto e Idanha-a-Velha
Freguesia: União de freguesias de Monsanto e Idanha-a-Nova
Morada:
Georreferenciação: Latitude: 40.0042527 / Longitude: -7.1655163
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: A "aldeia mais portuguesa de Portugal" - estatuto alcançado num célebre concurso do Estado Novo, em 1938 - localiza-se numa das mais impressionantes formações geológicas do país: verdadeiro inselberg, o seu ponto mais elevado, ergue-se a uma altitude de mais de 750 metros, dispersando-se a aldeia pelas encostas. Desde cedo o impacto desta montanha granítica, a meio da campina, exerceu forte fascínio nas comunidades humanas. Em Monsanto, a presença do Homem encontra-se desde o Paleolítico, sendo o seu cume posteriormente ocupado por um castro. No sopé, uma estação romana (São Lourenço) prova a vitalidade e importância da região para esta civilização, cuja centralidade de Idanha-a-Velha determinou a existência de um ager relativamente amplo em seu redor. Mas é à Idade Média que Monsanto deve grande parte da sua fisionomia e fascínio. Integrado na coroa portuguesa no reinado de D. Afonso Henriques, a aldeia foi doada aos Templários, que ergueram o primitivo castelo. Os séculos seguintes pautaram-se por uma contínua tentativa de incentivar o povoamento e a fixação de comunidades, mais propensas a instalarem-se em zonas menos íngremes. Desfrutando de feira, desde 1308, as imediações da pequena capela de São Pedro de Vira-Corça transformaram-se num importante centro regional, ao mesmo tempo que possibilitaram o abastecimento às populações do cimo do monte. Ao longo da época moderna, enquanto a vila perdeu importância e as suas ruas ficaram desertas, o castelo manteve as anteriores prerrogativas. Diversos exércitos aqui se enfrentaram, com invariável sucesso para os defensores da fortaleza, demasiado alta e de difícil acesso para ser vencida. Monsanto foi sede de concelho até 1853. Nessa altura, já bastante despovoada, o reordenamento administrativo determinou a centralização de estruturas de poder em Idanha-a-Nova, que passou, então, a tutelar um vasto território oriental, até à linha de fronteira. Mais recentemente, a transformação do aglomerado em Aldeia Histórica determinou uma relativa inversão da desertificação. São muitos os locais de interesse e de visita na aldeia. No cimo, o castelo, de fundação templária do século XII, é contemporâneo das obras marcantes de Tomar, Almourol ou Pombal, mas foi bastante modificado nos séculos seguintes. A vila é, toda ela, evocadora de um certo imaginário rural medieval. Ruas estreitas, íngremes, calcetadas de granito, onde as casas surgem por entre os enormes blocos pétreos, caracterizam o núcleo principal. A igreja Matriz é um dos edifícios que melhor definem os espaços. À entrada da vila, surge diante da principal rua da localidade, que liga ao Pelourinho e à Igreja da Misericórdia. É uma construção modesta, com prováveis raízes medievais, mas profundamente alterada no século XVIII, conforme se comprova pelo interior barroco. A praça principal é caracterizada pelo pelourinho, do século XVI, e ergue-se à sombra da Torre do Relógio, ou de Lucano, uma torre defensiva que permite um amplo campo de visão para as zonas a ocidente da aldeia, e em cujo topo se implantou o famoso galo de prata, prémio do concurso de Aldeia mais Portuguesa. A capela de Santo António, no limite Sul da vila, confronta com a Porta de Santo António, um dos mais importantes acessos medievais da vila, por onde se acedia à feira de São Pedro de Vira-Corça. No outro extremo, a Capela do Espírito Santo limita a Norte o aglomerado. O forno comunitário, na íngreme ladeira que conduz ao castelo, é o testemunho privilegiado da vivência na aldeia, em que os habitantes, mais que vizinhos, regiam-se por laços fortes de solidariedade comunitária. As habitações não seguem uma tipologia única ou, sequer, homogénea. È um facto que o granito foi o material utilizado na esmagadora maioria dos casos, mas o carácter unifamiliar das casas e o diminuto espaço disponível determinou uma enorme variedade de soluções, contribuindo para a aparente irracionalidade urbanística da aldeia. PAF (Info/imagem disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=74233)
Proteção
Situação: Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Diploma de Classificação: Decreto 28/82, Diário da República I série, nº 47 de 26-02-1982
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP):