| Nota Histórico-Artistica: |
O Núcleo de 𝗔𝗿𝘁𝗲 R𝘂𝗽𝗲𝘀𝘁𝗿𝗲 𝗱𝗼 Fratel, situado na freguesia de Fratel no concelho de Vila Velha de Ródão, é um dos mais significativos sítios de arte pós-paleolítica da Europa e integra o 𝗖𝗼𝗺𝗽𝗹𝗲𝘅𝗼 𝗱𝗲 𝗔𝗿𝘁𝗲 R𝘂𝗽𝗲𝘀𝘁𝗿𝗲 𝗱𝗼 𝗩𝗮𝗹𝗲 𝗱𝗼 𝗧𝗲𝗷𝗼,
As gravuras, predominantemente feitas através da técnica da picotagem ou martelagem com ferramentas líticas nas plataformas de xisto, estão organizadas em 12 núcleos, com variações na densidade de gravuras por metro quadrado, incluindo gravuras isoladas. As primeiras gravuras datam do Paleolítico Superior (Gravetense-Solutrense) e as últimas da Idade do Ferro (I milénio a.C.). Raquel Vilaça descreveu estas gravuras como um "grande santuário rupestre do Tejo", funcionando como um elemento agregador e identitário para as comunidades humanas da região ao longo de milénios.
O núcleo do Fratel, uma das maiores e mais densas estações do complexo, estende-se por cerca de 2 km ao longo da margem direita do Tejo e inclui 300 rochas decoradas. Segundo Mário Varela Gomes, no seu artigo "Arte esquemática do Vale do Tejo" (2009), este núcleo representa um ciclo artístico significativo na Península Ibérica, com um repertório iconográfico complexo que inclui desde grandes figuras de animais subnaturalistas a representações esquemáticas sintéticas e ideomorfos geométricos. Estas gravuras refletem mudanças técnicas, económicas, ideológicas, sociais e religiosas profundas, aproveitando as pré-existências morfológicas das rochas como recurso cénico. |
