Nota Histórico-Artistica: |
A primeira referência ao território de Macinhata data ainda da época da primeira reconquista. A relação de propriedades rústicas que o prócere Gonçalo Viegas e D. Châmoa fizeram em 1050, destinada a deduzir direitos sobre um extenso conjunto de terras, menciona, entre outras da região, a vila de Serém. Um documento de 1170 refere-se novamente à civitas que dicitur Serem. Mais tarde, Serém viria a formar um pequeno concelho independente, tendo recebido foral manuelino em 1514. Teve diversos donatários, chegando um deles, D. Fernando Mascarenhas, a ostentar o título de conde de Serem, criado em 1643 por D. João IV, e que se extinguiu com o seu filho. O concelho foi extinto antes de 1832.
O seu pelourinho, de aparente factura quinhentista, esteve erguido em local desconhecido da localidade até data incerta. Existe apenas a memória, de transmissão oral, segundo a qual o monumento se levantaria junto a uma fonte, num recanto de uma habitação particular, servindo mais tarde de coluna a um alpendre (LEAL, José da Silva Mendes, 1907). As peças foram recentemente recolhidas, e o pelourinho foi remontado em 2002, num largo da povoação, que tomou o seu nome.
O pelourinho é constituído por um fuste octogonal de faces lisas, com um primeiro troço quadrangular, sobre base cúbica de arestas chanfradas e bastante desgastadas, e soco de dois degraus quadrangulares em cantaria. O capitel é um prisma cujas faces representam escudos apontados, lisos em três lados e esculpidos com as armas de Portugal na face frontal. Não existe remate.
Este pelourinho é do mesmo género do pelourinho de Aguada de Cima, ainda em Águeda, já que num e noutro caso o capitel / remate é constituído por um simples bloco prismático armoriado.
Sílvia Leite / DIDA- IGESPAR, I.P. /2009
(Info/imagem disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=12712556) |