Casa de António Seabra (antiga), também denominada «Casa da Quinta de São João» ou «Casa da Quinta da Lavoura de São João», incluindo o jardim

Designação
Designação: Casa de António Seabra (antiga), também denominada «Casa da Quinta de São João» ou «Casa da Quinta da Lavoura de São João», incluindo o jardim
Localização
Distrito: Aveiro
Concelho: Anadia
Freguesia: Sangalhos
Morada:
Georreferenciação: Latitude: 40.492897 / Longitude: -8.454166
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: 𝗜𝗺𝗼́𝘃𝗲𝗹 A antiga casa de António Seabra, também conhecida como casa da Quinta de São João, localiza-se em São João da Azenha, no concelho de Anadia, junto à estrada municipal que atravessa a povoação. Cercado por um jardim murado, o edifício, uma construção do primeiro quartel do século XX, apresenta uma planta quadrangular com uma espécie de torreão retangular na extremidade da fachada principal. As fachadas são marcadas pela abertura de janelas, com molduras em pedra de diferentes tipologias, que recriam modelos tradicionalmente portugueses, como uma janela de ângulo com mainel de inspiração renascentista, janelas neobarrocas de bandeira inferior, ou uma fenestração neomanuelina com cordames e cogulhos. O frontispício apresenta uma varanda com alpendre, acessível por escada, com a porta de entrada principal ladeada por dois painéis de azulejos, representando Santo António e São João. Os telhados apresentam pequenas mansardas com beirais. O interior, que se divide em dois pisos articulados através de escadaria de madeira, apresenta as áreas de serviço, o escritório e a zona social circunscritas ao piso térreo, estando o andar superior reservados aos quartos e a áreas privadas. 𝗛𝗶𝘀𝘁𝗼́𝗿𝗶𝗮 A Casa de António Seabra foi projetada em 1922 pelo arquiteto Cipriano Rodrigues Maia, que viria a falecer no ano seguinte. Muito embora a sua morte tenha obrigado a uma alteração dos planos originais, manteve-se o modelo pensado pelo autor, de construir uma habitação unifamiliar, que se inscreve na vertente estética da Casa Portuguesa. A obra estava concluída no ano de 1925. Seguindo as diretrizes difundidas por Raul Lino (que à época editara o seu primeiro livro A nossa casa: Apontamentos sobre o bom-gosto na construção das casas simples, de 1918), esta habitação beirã apresenta um vocabulário formal que mistura elementos revivalistas distintivos, retirados de algumas das mais reconhecidas épocas arquitetónicas portuguesas, como o manuelino ou o barroco, facilmente identificáveis e que se poderiam pressupor como tipos tradicionais das "épocas de ouro" da arquitetura portuguesa. Os telhados com beirais, as cornijas em telha, os azulejos azuis e brancos da entrada, executados na Fábrica ELA de Aveiro em 1924 e que recriam modelos seiscentistas, o torreão que recorda o modelo de casa-torre medieval, a janela de mainel com uma delicada moldura de cordas ou a janela de canto inspirada nos palacetes renascentistas, aludem a diferentes modelos recuperados da arquitetura civil portuguesa, que Cipriano Maia mesclou num elegante projeto que, apesar da sua implantação rural, está atualizado com o seu tempo. A Casa de António Seabra está classificada como de interesse municipal desde 1997. Catarina Oliveira DGPC, 2019 (Info/imagem disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=71084)
Proteção
Situação: Classificado como IM - Interesse Municipal
Diploma de Classificação: A classificação como VC foi convertida para IM nos termos do n.º 2 do art.º 112.º da Lei n.º 107/2001, publicada no DR, I Série-A, N.º 209, de 8-09-2001
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP):