Conjunto constituído pelo Palace Hotel da Curia, Chalet Navega ou Chalet das Rosas, Capela da Senhora do Livramento, Piscina Paraíso, garagem e jardins envolventes

Designação
Designação: Conjunto constituído pelo Palace Hotel da Curia, Chalet Navega ou Chalet das Rosas, Capela da Senhora do Livramento, Piscina Paraíso, garagem e jardins envolventes
Localização
Distrito: Aveiro
Concelho: Anadia
Freguesia: Tamengos, Aguim e Óis do Bairro
Morada: Avenida dos Plátanos
Georreferenciação: Latitude: 40.424132 / Longitude: -8.46221
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: 𝗜𝗺𝗼́𝘃𝗲𝗹 Situado no parque termal da Curia, o Palace Hotel foi edificado entre 1922 e 1926, num projeto de "total reconversão do conceito, organização e escala" da unidade hoteleira que aí existia desde 1913 (Baptista: 1997). O complexo integra o edifício do hotel, de planta quadrangular irregular, bem como o Challet Navega, a capela dedicada a Nossa Senhora do Livramento, os espaços da garagem e anexos e a piscina Paraíso, um projeto modernista de 1933-1934. O edifício do hotel, um notável projeto de arquitetura eclética com elementos ornamentais Arte Nova, ergue-se com fachada imponente dividida em três blocos e quatro registos, marcada pela abertura simétrica das janelas e pela forma como dispõe os corpos laterais, construídos como dois torreões em contraste com a construção central, recuada. O corpo central é o elemento mais característico do programa, com a divisão dos tramos feita por colunas jónicas monumentais no piso intermédio, assentes sobre cabeças de cariátides suspensas, e rematado por grande frontão curvo com óculo de vitral ladeado por pórtico com pilastras compósitas. O piso térreo é rasgado por duas portas de madeira e vitral, intercaladas com montras de ferro e vidro, e os registos superiores têm janelas, retangulares no primeiro piso, curvas no segundo. Os tramos laterais são também rematados em frontão curvo. Por toda a fachada, em remate de frontões, rebordo de arcos e base de janelas, foram esculpidas grinaldas e florões. O interior foi projetado segundo um programa moderno que alia o lazer com a vertente medicinal proporcionada pelas termas vizinhas. Nas primeiras décadas de funcionamento, de acordo com os requisitos da arquitetura hoteleira de excelência, o hotel oferecia serviços que permitiam longas estadias, como estação de correios e telégrafo, consultório médico, bazar, cabeleireiro e barbearia, salão de jogos e salão de festas. O programa decorativo original dos interiores foi mantido praticamente inalterado, com estuques, vitrais, azulejo, elementos de ferro forjado e revestimento de madeiras exóticas, evidenciando-se pelo requinte e elegância. 𝗛𝗶𝘀𝘁𝗼́𝗿𝗶𝗮 A propriedade onde se edificou o Palace Hotel da Curia foi comprada por José Ferreira da Portela em 1873, e depois herdada pela filha Branca Portela, casada com Luís Navega, diretor clínico da estância termal da Curia, tendo sido o médico quem se apercebeu do potencial turístico da herdade. Entre 1913 e 1915 construiu-se o primeiro hotel, com projeto de Deolindo Vieira e Rafael Duarte de Melo. No ano de 1921 Alexandre de Almeida adquiriu o espaço, revolucionando "a arquitectura do edifício e a própria dinâmica turística da Curia" (Simão: 1998, p. 29). Proprietário de uma rede de hotéis, o empresário contratou Manuel Joaquim Norte Júnior para executar o projeto de remodelação do hotel da Curia, integrando os edifícios originais. À época, o arquiteto, já então um profissional reputado e vencedor de vários prémios Valmor, trabalhava em parceria com Jaime Inácio dos Santos no edifício vizinho das termas. As obras decorreram entre 1922 e 1926 e o projeto, imponente, elegante, mas sobretudo atualizado com a mais moderna arquitetura hoteleira europeia, evidencia o gosto e o traço do seu autor, no ecletismo das formas e do ornato. No desenho da fachada podem reconhecer-se elementos característico da obra de Norte Júnior, como o frontão curvo com grande óculo de vitral, num modelo semelhante ao utilizado n' A Voz do Operário, as janelas geminadas com moldura superior em volta perfeita dos panos laterais, réplicas ampliadas das fenestrações utilizadas na sede da Associação dos Empregados do Comércio e Indústria e novamente n' A Voz do Operário, e o grande frontão de remate da fachada, que na planta original devia comportar a escultura de uma águia (nunca colocada), relembrando o frontão de exuberante efeito cénico das cocheiras Santos Jorge, no Estoril. Catarina Oliveira DGPC, 2015 (Info/imagem disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=5085388)
Proteção
Situação: Classificado como CIP - Conjunto de Interesse Público
Diploma de Classificação: Portaria n.º 615/2013, DR, 2.ª série, n.º 182, de 20-09-2013 (sem restrições)
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP): Portaria n.º 615/2013, DR, 2.ª série, n.º 182, de 20-09-2013 (sem restrições)