Igreja de Santo André, matriz de Esgueira

Designação
Designação: Igreja de Santo André, matriz de Esgueira
Localização
Distrito: Aveiro
Concelho: Aveiro
Freguesia: Esgueira
Morada: Rua General Costa Cascais
Georreferenciação: Latitude: 40.647753 / Longitude: -8.627161
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: A povoação de Esgueira conheceu grande importância no período medieval, constituindo um importante centro económico, de acesso privilegiado ao mar. A vila recebeu diversos forais - do Conde D. Henrique, em 1110, de D. Afonso V, em 1342, e de D. Manuel, em 1515 (POLICARPO, Processo de Classificação - IPPAR/DRC, 2000) -, e a sua freguesia, dedicada a Santo André, foi vigararia do Mosteiro do Lorvão, por acção de D. Sancho. O templo primitivo, situava-se fora do perímetro urbano da vila, no local que deverá corresponder, actualmente, aos terrenos (de cultura e ocupados pela estrada n.º 109) situados atrás da capela do Espírito Santo. No adro desta igreja encontrava-se, ainda, a capela de Nossa Senhora do Desterro, pertencente ao humanista Dr. Aires Barbosa, entretanto desaparecida (GONÇALVES, 1959). Contudo, a eventual ruína em que esta incorria, a par da localização periférica, conduziu à sua transferência para o interior da vila, no início do século XVII (GONÇALVES, 1959). Na realidade, em 1607, Filipe II concedeu autorização para se iniciarem as obras que, no entanto, decorreram lentamente. São conhecidos os mestres arrematantes da obra, o primeiro Domingos Ribeiro, numa fase inicial em que a obra pouco avançou, e Jorge Afonso, o segundo mestre, natural de Aveiro, que prosseguiu os trabalhos a partir de 1616. A data de 1650, patente na porta principal deverá corresponder à conclusão da fase inicial da edificação da igreja, pois acredita-se que esta terá sido elevado em época posterior (POLICARPO, Processo de Classificação, IPPAR/DRC, 2000). A fachada, de linhas simples, apresenta um nicho maneirista sobre o portal, que exibe a imagem do orago do templo, a que se sobrepõe um vitral, sendo rematada por um frontão triangular, onde se inscrevem as insígnias papais. Já no século XIX o templo foi alvo de várias intervenções, entre as quais o revestimento cerâmico que cobre a totalidade da fachada, num padrão que recupera os esquemas enxaquetados seiscentistas, e que lhe confere uma forte unidade pois reveste também a torre sineira, executado neste mesmo período (GONÇALVES, 1959). No interior, o espaço é algo desproporcionado, apresentando um revestimento azulejar de diferentes épocas e padrões, mas relativamente comuns no contexto da história da azulejaria do século XVII - quadrilobado na nave, com folhagens na capela-mor e com maçarocas no baptistério. As capelas, cujos instituidores (pertencentes a famílias nobres da região) se encontram nomeados nas mesmas, são definidas por arcos de volta perfeita em cantaria, de desenho semelhante ao do arco triunfal. Destaca-se a da Visitação, que remonta ao século XVII, pelo retábulo em calcário, da escola coimbrã, bem como a capela de Cristo Crucificado, datade de 1578 e proveniente da primitiva igreja, que exibe a imagem da invocação da capela (séculos XV/XVI), em madeira. Os altares colaterais, dispostos na diagonal, remontam ao terceiro quartel do século XVII, tal como o retábulo-mor. Este último, foi alterado na campanha de obras do século XIX, que interveio ao nível do trono e da zona inferior, pintando todo o conjunto em tons de branco e dourado (GONÇALVES, 1959). O sacrário, que não lhe pertencia originalmente, remonta também à centúria de Seiscentos. Rosário Carvalho (Info/imagem disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=3728307)
Proteção
Situação: Classificado como MIP - Monumento de Interesse Público
Diploma de Classificação: Portaria n.º 740-BT/2012, DR, 2.ª série, n.º 248 (suplemento), de 24-12-2012
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP):