Nota Histórico-Artistica: |
A mais antiga referência à povoação de Pampilhosa data de 1117, quando Gonçalo Randulfes e o seu filho Telo decidiram doar ao Mosteiro de Lorvão, em disposição testamentária, a villa rústica de Pampiliosa, cujo termo integrava parte da actual freguesia (GONÇALVES, 1959).
No ano de 1510 a abadessa do Lorvão, D. Catarina de Eça, mandou edificar no centro da povoação um paço, uma "casa ampla" construída para o repouso das freiras com um celeiro "farto", (ARROTEIA, NEVES, SEMEDO, 1989, p. 227), cujo objectivo era o recebimento das rendas e foros locais.
A Casa Rural, como é habitualmente conhecida, é um conjunto edificado em torno de um pátio, ou eira, disposto de forma a servir as suas funções agrícolas, sendo de destacar que é o único exemplar de casa quinhentista na região.
A casa principal, de planta rectangular disposta longitudinalmente, divide-se em dois pisos. A fachada principal possui, no piso térreo, a porta principal, sobre a qual foi edificada uma varanda que forma um átrio com bancos de pedra. Na linha desta varanda foram rasgadas janelas de peito de moldura com avental.
O interior do edifício, actualmente transformado pelas suas funções museológicas, conserva a estrutura de compartimentação original, destacando-se a cozinha com uma grande chaminé. O celeiro tem um amplo espaço interior, mantendo algumas talhas de barro que serviam para recolher o azeite e os cereais.
Depois da extinção das Ordens Religiosas, este edifício foi adquirido em finais do século XIX pela família Melo, sendo então considerada a casa rural que recolhia mais azeite na região. Em 1984 o Grupo Etnográfico da Pampilhosa (GEDEPA) adquiriu o imóvel, o qual tem vindo a recuperar progressivamente, albergando neste espaço a sua sede bem como o núcleo museológico local, uma biblioteca e um arquivo documental.
Catarina Oliveira
IPPAR/2006
(Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=73053. Imagem captada em abril 2024 @Google) |