Igreja do Convento do Louriçal

Designação
Designação: Igreja do Convento do Louriçal
Localização
Distrito: Leiria
Concelho: Pombal
Freguesia: Louriçal
Morada: Rua do Convento
Georreferenciação: Latitude: 40.003354 / Longitude: -8.736519
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: Implantada a Sul do complexo conventual, a igreja do Louriçal foi iniciada em 1690, depois do primitivo recolhimento, fundado cerca de sessenta anos antes pela Madre Maria do Lado (como desagravo à profanação do santíssimo Sacramento da igreja lisboeta de Santa Engrácia, em 1630), ter sido transformado em convento de clarissas por D. Pedro II (PIMENTEL, 1989, p. 350). O projecto estaria a cargo de João Antunes, a quem é atribuída a traça inicial do templo. A planta, rectangular mas com os cantos cortados, constitui uma solução típica do arquitecto régio, razão pela qual se acredita que foi respeitado o seu desenho (GOMES, 2001, p. 368), mesmo quando, mais tarde, se contratou outro arquitecto para enobrecer a igreja (PIMENTEL, 1989, p. 350). De facto, as obras arrastaram-se durante dezoito longos anos, estando concluídas em 1708 graças ao empenho do então príncipe D. João V, que tomou a seu cargo o convento como forma de agradecimento pela cura de uma doença, em 1700 (SEQUEIRA, 1955, p. 111). Já as freiras viviam no convento, e estava parcialmente colocado o revestimento azulejar que caracteriza, em grande parte, os edifícios (este tem vindo a ser datado a partir do lavabo da sacristia - 1726), quando se decidiu remodelar o templo com a justificação de que este não era coincidente, em magnificência, com o complexo conventual. Para tal, foi contratado, entre 1734 e 1739, Frei Manuel Pereira, um religioso oratoriano, cuja obra de arquitectura se desconhece. Na realidade, o alcance da sua intervenção no templo do Louriçal é bastante discutível, e é provável que se tenha limitado apenas à ornamentação "como a encomenda a [João António de] Pádua de sumptuosos retábulos marmóreos, ou ao risco de algum pormenor, como o elegante portal onde se venera o Santíssimo Sacramento" (PIMENTEL, 1989, p. 350). Por outro lado, o nome de Carlos Mardel tem vindo a ser associado, por alguns autores, à obra da igreja, relegando o papel de Frei Manuel Pereira exclusivamente para a direcção das obras de abastecimento de água (SEQUEIRA, 1955, p. 112). A austeridade do exterior (um volume regular e compacto), é quebrada, apenas, pelo ritmo das pilastras, pela abertura de janelas simétricas, e pelo portal rematado por um frontão curvo, cujo tímpano oval é preenchido por motivos eucarísticos. Contrasta fortemente com a dinâmica e os reflexos luminosos do interior do templo, para os quais contribuem decisivamente os azulejos azuis e brancos, de fabrico lisboeta, muito possivelmente, obra da oficina de Bartolomeu Antunes. A nave, percorrida por uma cimalha bastante volumosa e coberta por abóbada de berço pintada com um painel da Adoração à Hóstia ao centro, é revestida por azulejos com representações da vida de São Francisco, no primeiro registo, e por passos da Paixão, no segundo. No transepto, inscrito e separado do cruzeiro através de arcos de volta perfeita, encontramos 12 episódios da vida de Santa Clara e, no tímpano, 4 cenas da vida da Virgem. Santos Simões estabeleceu o decénio de 1735-45 como o mais provável para a execução deste conjunto (SIMÕES, 1979, p. 174), o que coincide com a época da intervenção de Frei Manuel Pereira. O cruzeiro, coberto por cúpula, abre-se para a nave e capela-mor através de outros arcos de volta perfeita, encontrando-se, nesta última, o retábulo-mor, de mármores coloridos, da autoria de João António de Pádua e a campa rasa da Madre Maria do Lado. Os altares laterais e colaterais apresentam retábulos marmóreos, executados pelo mesmo autor. No coro baixo, aberto através de um vão rectangular protegido por grades de bico (tal como o coro superior), os azulejos relatam a vida e os milagres de Santo António e no coro alto, acima do cadeiral, a iconografia sofre uma mudança, pois são aqui retratados episódios do Antigo Testamento. Depois da extinção das ordens religiosas, o edifício foi vendido em hasta pública (em 1925), mas logo recuperado pelas clarissas, que ainda hoje aí permanecem. (RCarvalho) (Info/imagem disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=70369)
Proteção
Situação: Classificado como MN - Monumento Nacional
Diploma de Classificação: Decreto n.º 29 604, DG, I Série, n.º 112, de 16-05-1939
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP):