Fábrica Lusitana de Vidros Angolana

Designação
Designação: Fábrica Lusitana de Vidros Angolana
Localização
Distrito: Leiria
Concelho: Marinha Grande
Freguesia: Marinha Grande
Morada: Rua Eng.º André Navarro
Georreferenciação: Latitude: 39.748693 / Longitude: -8.927784
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: Embora o território correspondente, na actualidade, ao concelho de Marinha Grande encerre estruturas que evidenciam uma ocupação humana desde a mais alta antiguidade, a região é sobejamente conhecida pelo vasto parque industrial que possui, designadamente no que à indústria vidreira se refere, ao ponto de se ter transformado na sua verdadeira referência, e em torno da qual se desenvolveu um modo de vida muito específico. Uma particularidade que resultou, certamente, de um conjunto de factores que terão favorecido a concentração deste tipo de indústria justamente naquele que é o seu termo administrativo. E, na verdade, a razão principal da escolha, em meados do século XVIII, da Marinha Grande para implementação da indústria vidreira residiu no combustível, ou seja, na lenha retirada do Pinhal do Rei, localizado nas suas proximidades, como adjacentes estavam as abundantes areias. Uma facilidade acrescida, já em finais de oitocentos, do lançamento do caminho-de-ferro da Linha do Oeste, até que os anos trinta da centúria seguinte abriria as portas às facilidades conferidas pelo transporte rodoviário (MENDES, J. M. A., 1993, pp. 58-59). Embora o primeiro período do desenvolvimento da indústria videira concelhia se balize entre 1747 e 1889, período fortemente dominado pela transferência da "Real Fábrica de Vidros de Coina" para a Marinha Grande (Cf. BARROS, C. V. da S., 1998) - convertendo-a na "Manchester portuguesa" - e pela instalação da fábrica de Stephens, a "Fábrica Lusitana de Vidros "Angolana"" insere-se já no segundo momento, limitado entre 1889 e 1930. Foi nesta segunda fase que se transformou profundamente a indústria vidreira da Marinha Grande, nomeadamente com a instalação de inúmeras unidades fabris, o melhoramento do sector dos fornos, e a utilização da electricidade, enquanto se assistia, paulatinamente, a uma certa especialização geográfica (MENDES, J. M. A., Ibidem, p. 65). Fundada em 1920 pela "Sociedade Vidreira Lusitana", a fábrica é constituída por um conjunto de estruturas distribuídas consoante as funções técnicas e produtivas atribuídas a cada uma delas, erguidas em tijolo, alvenaria e madeira, tendo produzido cristalaria, nomeadamente chaminés para candeeiros a petróleo, notabilizando-se pelo fabrico de lustres de estilo austríaco. Entretanto, com a primeira grande movimentação da classe operária contra o regime de Oliveira Salazar (1889-1970), registada em 1934, em resposta à entrada em vigor do "Estatuto do Trabalho Nacional", originando uma greve de características insurgentes, deu-se o encerramento da fábrica, então de posse de Emílio Gallo. Quando retomou a laboração, já em 1942, em grande parte graças à iniciativa de um novo associado emigrado em Angola (daí a designação pela qual é conhecida), celebrou-se novo arrendamento firmado pela "Sociedade Emílio Gallo Lda.", ainda que encerrasse as suas portas logo em meados dos anos cinquenta, funcionado, desde então, como armazém de várias empresas vidreiras e, mais recentemente, de oficina de restauro de objectos destinados ao Museu do Vidro (instalado no Palácio Stephens), devendo-se à "Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial" a identificação, no local, de importantes estruturas industriais atribuídas à primeira metade do século XX. (AMartins) (Info/imagem disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=69767)
Proteção
Situação: Classificado como MIP - Monumento de Interesse Público
Diploma de Classificação: Portaria n.º 306/2014, DR, 2.ª série, n.º 92, de 14-05-2014
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP): Enviado em 8-09-2014 à DRC do Centro para rever a proposta de ZEP, nos termos do art.º 43.º do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, N.º 206 de 23-10-2009