Nota Histórico-Artistica: |
A Quinta da Várzea pertencia aos frades dominicanos do Mosteiro da Batalha, que utilizavam o espaço como quinta de veraneio. Na primeira metade do século XVII, o autor da obra O Couseiro ou Memórias do Bispado de Leiria referia já a existência de um edifício na propriedade. Junto ao edifício foi construída, possivelmente no mesmo período, uma pequena capela alpendrada, de gosto maneirista, dedicada a São Gonçalo.
No início da década de 40 do século XIX, a quinta foi adquirida por Luís Mouzinho de Albuquerque, que entre 1840 e 1843 esteve encarregue da primeira campanha de obras de restauro do Mosteiro da Batalha. Terá sido nesta época que a traça do conjunto foi alterada, uma vez que lhe foi acrescentado um corpo lateral e um dos alpendres.
Foi nesta propriedade, que a partir de então passou a ser conhecida na região como "Solar dos Mouzinho de Albuquerque", que nasceu em 1855 Joaquim Mouzinho de Albuquerque, neto do restaurador da Batalha, e governador de Moçambique.
Embora seja inegável o seu valor histórico e cultural, a Quinta da Várzea encontra-se bastante arruinada. O edifício dispõem-se numa planta em T, ao qual se adossam dois alpendres, uma em cada extremidade. O corpo principal divide-se em dois registos, encimados por sótão, com aberturas de janelas de peito e de sacada, estas últimas com guarda de ferro. Na fachada principal foi colocada uma lápide alusiva ao nascimento de Mouzinho de Albuquerque.
No interior é ainda visível a divisão do espaço, sendo o piso térreo utilizado originalmente como celeiro e adega. O edifício lateral encontra-se dividido para espaços de habitação, incluindo também a cozinha.
A capela, de planta quadrangular, é antecedida por galilé fechada por muros, assente sobre seis colunas. O interior não possui, actualmente, programa decorativo.
Catarina Oliveira
IGESPAR,I.P./2007
(Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=73175) |