Nota Histórico-Artistica: |
A muralha "nova" da cidade de Viseu foi edificada no início do século XV, durante o reinado de D. João I, sendo servida por sete portas que permitiam o acesso ao aglomerado urbano. O núcleo habitacional intra-muros iria crescer obedecendo a uma "lógica de espontaneidade" e adaptando-se ao contorno das muralhas (CORREIA, Alberto,1989,p.21). Ao longo das centúrias seguintes, sobretudo no século XVI, a cidade iria extravasar o espaço interno das muralhas defensivas, com novos pólos urbanísticos desenvolvidos à volta dos conventos e igrejas fundados então nos arrabaldes.
Dentro do espaço das muralhas, o tecido urbano foi-se renovando, e os exemplares de arquitectura civil demonstram esta evolução através da adaptação de novos modelos. No início do século XVI foi adoptada uma linguagem ao romano, ainda marcada pelos elementos manuelinos, que evoluiu para um classicismo de gosto italiano. No final da centúria, a linguagem maneirista, mais depurada e sóbria, impunha-se na arquitectura viseense, dando posteriormente lugar ao esplendor da arquitectura senhorial barroca.
Edificada possivelmente no início do século XVII, adossada à muralha da cidade de Viseu, esta casa é um exemplar de arquitectura civil maneirista. Apresenta uma estrutura sóbria, disposta longitudinalmente, sem programa decorativo, em que se destacam as divisões internas da casa.
Na fachada principal destaca-se a escadaria de acesso ao andar nobre, assente sobre arco pleno, que forma um patamar de acesso ao piso térreo. O andar nobre é marcado pela abertura de janelas a espaços regulares, na fachada principal janelas de peito, nas laterais e posterior janelas de sacada com guardas de ferro, assentes em cachorros.
Catarina Oliveira
IPPAR/2005
(Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=73769) |