Nota Histórico-Artistica: |
Pertencente aos coutos do Mosteiro de Arouca, a antiga freguesia de Barrelas - que hoje se conhece como Vila Nova de Paiva - era uma área não muito extensa mas densamente povoada e de assinalável importância económica na região.
Dedicada a São Sebastião, a sua igreja matriz é de primitiva fundação românica, e deste templo do século XI-XII subsistem apenas a grande pia baptismal pentagonal e umas colunas de aresta que actualmente estão colocadas no interior do templo.
Devido ao crescimento significativo da população da freguesia entre a época de construção do templo e o século XVII, a paróquia mandou edificar uma nova matriz no início de Setecentos. Uma inscrição na fachada dá-nos conta dessa iniciativa: "Reformada à Custa das Confrarias do ano de 1700 até 1710 Sendo Parocho Joam Machado".
O templo é um exemplar típico da arquitectura religiosa de granito das regiões das Beiras e Trás-os-Montes, de linhas simples e depuradas. A fachada apresenta um corpo destacado ao centro, que enquadra numa espécie de galilé o portal de volta perfeita, encimado por sineira dupla. O corpo rectangular estende-se em profundidade, tendo do lado esquerdo o volume que corresponde ao núcleo museológico, bem como o acesso interior ao cemitério e a casa paroquial. Na fachada oposta, uma porta lateral de acesso ao interior do templo é enquadrada por arco em volta perfeita encimada por rectângulo saliente com a Cruz de Cristo em relevo.
O interior, de nave única com coro-alto, divide-se em quatro tramos marcados por arcos rebaixados. É coberto por tecto de madeira em caixotões com representações do Hagiológico e da Genealogia de Cristo. Ao longo das paredes laterais foram colocados exuberantes altares de talha dourada e policroma, dois de cada lado, repletos de imaginária, e o púlpito também em talha dourada e policroma. Junto ao arco triunfal foram erigidos, na mesma tipologia, dois altares colaterais.
A capela-mor, também coberta por tecto de caixotões, apresenta a parede fundeira toda coberta por talha dourada e policroma, com altar em trono, tendo sido executada numa campanha que decorreu no segundo quartel do século XVIII. Lateralmente, duas portas dão acesso à sacristia, o único espaço revestido a azulejo, onde subsiste o retábulo maneirista que decorava o espaço da capela-mor antes da intervenção setecentista.
Catarina Oliveira
DIDA/ IGESPAR, I.P./ Outubro de 2011
(Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=72107. Imagem captada em abril 2024 @Google) |