Nota Histórico-Artistica: |
Edificado nos limites da vila de Sátão, no lugar de Tojal, o Convento de Nossa Senhora da Oliva foi fundado em 1633 por Feliciano de Oliva e Sousa, um dos mais destacados habitantes locais dos finais do século XVI, doutorado em Cânones na Universidade de Coimbra e vigário geral de Elvas e Braga (SOUSA, 1991, p. 72). Destinado a albergar uma comunidade dominicana feminina, o edifício conventual foi termina em 1640, data em que foi sagrado (Idem, ibidem).
O templo apresenta um modelo de linhas maneiristas de gosto chão , moduladas em granito da região, com planimetria rectangular disposta longitudinalmente, havendo uma diferenciação do volume da capela-mor. Todas as janelas do templo, dispostas ao longo das fachadas laterais, são gradeadas.
De acordo com as regras dos conventos femininos, a entrada para o interior da igreja faz-se pela fachada lateral, onde foi edificado um portal de moldura simples, encimado por frontão triangular e ladeado por duas janelas quadradas. Na extremidade esquerda da fachada foi colocada a sineira dupla.
O interior do templo, de nave única, apresenta um rico programa decorativo, contrastante com a austeridade exterior. As paredes da nave são forradas com painéis de azulejos de tapete polícromos, executados na época de fundação do convento, estendendo-se o programa ao pano do arco triunfal e à capela-mor.
O espaço da capela-mor foi ampliado cerca de 1744, numa obra patrocinada pelo sobrinho do fundador, Dr. Feliciano Cabral, cónego da Sé de Viseu, sendo executados nesta época os altares laterais e o retábulo-mor de talha joanina de grande qualidade.
Nesta área podemos ainda encontrar a sepultura, em campa rasa, do fundador do convento, podendo ler-se na lápide correspondente "Sepultura do Doutor Feliciano de Oliva e Sousa Fundador desta Casa. Faleceu em 24 de Fevereiro de 1656" (Idem, ibidem, p. 71).
Destaca-se ainda a imagem de vulto policromada de Nossa Senhora da Oliva , feita cerca de 1640 por uma oficina coimbrã e trazida para o templo no dia da sua sagração (Idem, ibidem, pp. 73-74).
Vinte anos depois da extinção das ordens religiosas, o convento foi vendido a particulares, e a igreja foi entregue à população local, entrando em progressiva degradação. No entanto em 1968 a paróquia de Sátão conseguiu que a empresa "Oliva" patrocinasse o restauro integral do templo, tanto ao nível da estrutura como do programa decorativo, tornando-se esta na "(...) primeira empresa comercial, dentro do nosso país, a assumir o mecenato artístico em favor do restauro dum monumento." (Idem, ibidem, p. 73).
Catarina Oliveira
IPPAR/2006
(Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=73688. Imagem captada em abril 2024 @Google) |
Diploma de Classificação: |
Decreto n.º 42 007, DG, I Série, n.º 265, de 6-12-1958 (esclareceu que a igreja se situa na povoação de Tojal) | Decreto n.º 41 191, DG, I Série, n.º 162, de 18-07-1957 (situou a igreja na povoação de Vila de Igreja) |