Santuário de Nossa Senhora da Esperança

Designação
Designação: Santuário de Nossa Senhora da Esperança
Localização
Distrito: Viseu
Concelho: Sátão
Freguesia: São Miguel de Vila Boa
Morada:
Georreferenciação: Latitude: 40.706229 / Longitude: -7.738854
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica: Implantado num local ligeiramente elevado, ao qual se acede através de uma pequena escadaria, o Santuário de Nossa Senhora da Esperança remonta à primeira metade do século XVIII, e é fruto da vontade de um dos irmãos da Irmandade, que encarregou o seu sobrinho, o cónego Luís Bandeira Galvão, de edificar esta capela, de dimensões superiores à primitiva, em terrenos de que era proprietário (SOUSA, 1991, p. 95). É a sepultura armoreada deste cónego, falecido em 1776, que se encontra na capela-mor, com a seguinte inscrição: SEPVLTVRA / DE LUIS BÃNDEI / RA GALVÃO IN / DIGNO ESCRA / VO DE MARIA /SSMÃ, SUBTI / TULO A SPE. / OBIIT ANNO / 1776. A fachada da igreja, é aberta por um arco em asa de cesto de acesso á galilé, a que se sobrepõe uma janela de sacada com frontão triangular que interrompe a base do tímpano de remate do alçado. Na empena encontra-se a cruz, flanqueada por dois pináculos, no prolongamento das pilastras dos cunhais. Num plano mais recuado, a torre divide-se em três registos, o primeiro dos quais prolonga o entablamento do alçado. Ainda na galilé, conserva-se o revestimento de azulejos de padrão de fabrico de Coimbra, com figurações diversas - pessoas, barcos, flores, casas, aves, querubins, etc. Já no interior da capela, o coro alto separa-se da nave através de uma balaustrada, situada sobre a porta de entrada. Aqui, ganha especial relevância o órgão, datado de 1768 e executado por Francisco António Solha. As paredes da nave são revestidas por um silhar de azulejo, assinado por Teotónio dos Santos, e que representam cenas de cariz não religioso, como caçadas, concertos, uma batalha naval, lavadeiras, etc. A justificação para a presença deste género de figurações no interior de espaços sagrados permanece, ainda hoje, por esclarecer, embora alguns autores tenham já adiantado leituras relacionadas com a efemeridade da vida e a vanitas (PAIS, 1999, p. 101 - Alexandre Nobre PAIS, "O "Theatro Moral de la Vida Humana" no Convento de São Francisco da Bahia", Oceanos, - Azulejos Portugal e Brasil, Lisboa, CNCDP, n.º 36/37, Outubro 1998 / Março 1999, p. 101.). Pintor activo na primeira metade do século XVIII, Teotónio dos Santos foi discípulo de António de Oliveira Bernardes e estabeleceu uma espécie de "ponte" entre a época dos Grandes Mestres e a da Grande Produção Joanina (MECO, 1989, p. 442). Este conjunto, do qual fazem parte ainda os painéis da capela-mor (de temática idêntica), devem ser enquadrados na segunda fase da sua carreira (1720-30), época em que desenvolveu trabalhos de superior qualidade (IDEM, Ibidem). O tecto da nave, em abóbada de berço de madeira, apresenta pinturas de motivos sagrados, e o da capela-mor, em caixotões policromados com motivos vegetalistas; ambos pintados por Pascoal Parente, em 1763 (SOUSA, 1991, p. 96). Também o arco triunfal exibe pintura mural, e é ladeado por altares de talha dourada, de estilo nacional, tal como o púlpito e o retábulo-mor. Por fim, a sacristia apresenta um arcaz, sobre o qual se encontram pinturas representando episódios da vida da Virgem, e os azulejos ilustram a Última Ceia e a Entrada de Cristo em Jerusalém. (Rosário Carvalho) (Info/imagem disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=155871)
Proteção
Situação: Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
Diploma de Classificação: Decreto n.º 5/2002, DR, I Série-B. n.º 42, de 19-02-2002
Diploma Zona Especial de Proteção (ZEP):