Nota Histórico-Artistica: |
Construída em meados do século XVI por Estevão Dias do Amaral, a Casa de Almeidinha passou a dispor de capela, dedicada ao Espírito Santo, a partir de 1590, devendo-se a iniciativa desta edificação a Gaspar Paes do Amaral, fidalgo da Casa d'El Rei e filho do primeiro proprietário. De acordo com uma inscrição na capela, esta foi remodelada em 1741 - data a partir da qual foi permitido celebrar missa -, prolongando-se as obras à casa de habitação, então ampliada por Manuel Osório de Amaral.
Na segunda metade de Setecentos, Simeão do Amaral Osório mandou revestir algumas das salas com silhares de azulejo. As intervenções continuaram depois, no século XIX, desta feita em consequência da criação do título de Barão por D. Maria, em 1840, e do título de Visconde de Almeidinha por Decreto de D. Luís, em 1865. Foi o 1º Visconde, João Carlos do Amaral Osório de Sousa Pizarro (que era 2º Barão de Almeidinha), quem realizou novas obras no edifício, alterando a entrada principal, sobre a qual colocou, em destaque, as suas armas.
Do edifício original conserva-se a torre, visível principalmente no alçado Norte, e a abóbada polinervada e estrelada da capela-mor, que assenta sobre mísulas. A estrutura dos restantes espaços corresponde às obras dos séculos XVIII e XIX.
O volume da zona habitacional desenvolve-se longitudinalmente, em dois pisos. Na fachada principal, seccionada por pilastras, ganha especial interesse a entrada, antecedida por escadaria de acesso à varanda coberta, marcada por três arcos rebaixados. Sobre o arco central encontra-se a pedra de armas já referida, fazendo elevar a linha da cornija que desenha um frontão semicircular. Este volume forma um L com o corpo em que a capela se insere. Ao centro de um volume baixo e aberto por janelas e óculos ovais, o frontispício do templo é delimitado por pilastras, terminando em empena. O portal de verga recta ladeado por pilastras estriadas, é rematado por frontão de aletas interrompido pelo escudo esquartelado: no primeiro quartel Amaral; no segundo Osório; no terceiro Cabral e no quarto Fonseca.
No alçado posterior da casa, igualmente seccionado por pilastras, e aberto por janelas de moldura trabalhada, destaca-se a varanda reentrante, suportada por colunas.
Uma última referência para os jardins, onde se encontra o Pátio das Acácias e diversos equipamentos, como a casa de fresco, a fonte e os bancos de pedra, ou o denominado Jogo da Pela, com uma fonte de grandes dimensões, rematada por volutas e fogaréus e com espaldar anteriormente revestido por azulejos azuis e brancos (SIMÕES, 1979).
(Rosário Carvalho)
(Info/imagem disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=74599) |