Nota Histórico-Artistica: |
𝗜𝗺𝗼́𝘃𝗲𝗹
Situado na extremidade este da povoação de Fornos de Maceira Dão, o Solar da Quinta de Santo António é uma grande habitação de cariz senhorial rural, com planta composta por três corpos, o principal de planta retangular, que corresponde ao edifício mais antigo, ao qual foi justaposto um segundo corpo retangular, de maiores dimensões, que se desenvolve para a área tardoz formando um L. Do lado oposto da fachada principal adossa-se o espaço da capela, também retangular, de menores dimensões.
O mais antigo corpo do edifício, com escadaria de acesso na fachada principal, apresenta janelas com decoração de inspiração manuelina, nomeadamente uma janela de canto assente sobre pilastra decorada com boleados, que forma uma pequena varanda com conversadeiras.
Adossada a este corpo primitivo está a capela dedicada a Santo António, cuja fachada apresenta um interessante, e tardio, programa de gosto clássico com reminiscências maneiristas. Ao centro, exibe um portal inserido em alfiz encimado pelo brasão dos Cardoso Faria, e no interior de nave única, destacam-se o programa decorativo de talha dourada barroca, nomeadamente o retábulo e as ombreiras das portas, bem como o conjunto de imaginária dourada e policromada.
Este eclético conjunto é prolongado pelo maior corpo da casa, à esquerda, que se prolonga para o jardim da propriedade, onde se destaca uma imponente torre de relógio.
𝗛𝗶𝘀𝘁𝗼́𝗿𝗶𝗮
Considerada uma das "mais antigas casas solarengas" do concelho de Mangualde (Cardoso: 1995), o Solar da Quinta de Santo António terá sido edificado no início do século XVI, conforme atestam os elementos decorativos mais antigos, registando-se transformações na estrutura da casa ao longo das centúrias seguintes.
O primeiro proprietário da Quinta de Santo António a ser referenciado na documentação é Leandro de Faria Cardoso, que habitou o solar nos finais do século XVII. No entanto, da construção primitiva, iniciada quase duzentos anos antes, e do seu encomendante, nada se sabe.
Em 1736 era edificada a capela da casa, e já no século XIX, os proprietários erigiam o segundo corpo da casa, onde se inclui a torre do relógio.
A quinta foi, ao longo dos séculos, uma importante unidade de produção agrícola e vinícola, sendo, desde 2000 produtora de vinhos da região demarcada do Dão.
O solar está classificado como de interesse municipal desde o ano de 2008.
Catarina Oliveira
DGPC, 2018
(Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=12719012. Imagem captada em abril 2024 @Google) |