Nota Histórico-Artistica: |
𝗦𝗶́𝘁𝗶𝗼
A Estação de Arte Rupestre de Molelinhos localiza-se na freguesia de Molelos, concelho de Tondela, sensivelmente a 2 km a sudoeste da povoação de Molelinhos. Implanta-se na margem direita de uma pequena linha de água, o Ribeiro do Carvalhal, que desagua no rio Criz que corre a poente a uns escassos 100 metros.
O núcleo de Arte Rupestre ao ar livre de Molelinhos é constituído por seis painéis gravados num afloramento de xisto acinzentado, subverticais, decorados, com mais de uma centena de motivos, distribuídos por uma área aproximada de 500 m². A superfície insculpida foi previamente aplanada.
No reportório figurativo destacam-se sobretudo as armas, balizadas entre o Bronze Final e a II Idade do Ferro. Encontram-se representadas lanças, lâminas afalcatadas e punhais acompanhadas de alguns utensílios como lâminas e foices. Estão ainda presentes antropomorfos, podomorfos e diversos pictogramas tais como reticulados, ziguezagues, escalariformes, círculos, triângulos, covinhas e idoliforme, alguns dos quais podem recuar ao Calcolítico. Um dos painéis apresenta uma cabeça de equídeo esquemática. O conjunto constituído por um cabrídeo, uma foice e uma lança, gravado numa das rochas é de execução muito recente, presumivelmente de meados do século XX.
A técnica empregue para a gravação das rochas foi a picotagem, a abrasão e a incisão filiforme.
𝗛𝗶𝘀𝘁𝗼́𝗿𝗶𝗮
O conhecimento deste núcleo de arte rupestre deve-se António Almiro Vale, médico a exercer em Tondela, que as identificou em 1932. Mário Varela Gomes e Jorge Pinho Monteiro efetuaram um estudo preliminar do monumento de forma a fundamentar a sua proposta de classificação. Em 1989, a pedido da Câmara Municipal de Tondela, o Serviço Regional de Arqueologia da Zona Centro do então IPCC, realizou o levantamento do sítio arqueológico, sob a direção cientifica de Ana Leite da Cunha. A empreitada de conservação e musealização da Estação de Arte Rupestre de Molelinhos, em 2012, obrigou à realização de trabalhos arqueológicos com a realização de oito sondagens e acompanhamento da obra, não tendo sido identificados vestígios arqueológicos.
Ana Vale
DGPC, 2019
(Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=74967) |