Nota Histórico-Artistica: |
A primeira referência escrita ao Folhadal data de 1286, respeitando a uma carta de aforamento outorgada por D. Dinis aos moradores da localidade, então pertencente ao julgado de Senhorim. Embora tenha pertencido aos antigos concelhos de Canas de Senhorim e de Senhorim, é natural que chegasse a possuir alguma autonomia, visto que possuía direito de justiça própria, ainda que nunca alargada por doação de foral. Pertence desde 1853 ao Concelho de Nelas, estando o seu território definitivamente integrado na principal freguesia do mesmo. O Folhadal teve pelourinho, único testemunho do seu perdido estatuto, que ainda hoje se levanta num largo da antiga povoação, e que parece ter sido razão de longa discórdia entre os moradores locais e os de Nelas. De facto, e após a anexação do Folhadal, os habitantes de Nelas terão tentado transferir o monumento para a sede do concelho, à revelia dos moradores, que sempre o conseguiram impedir.
O pelourinho, que é considerado obra do século XVII, ergue-se sobre soco de dois degraus circulares, sem rebordo, e (como o resto do conjunto) consideravelmente desgastados. A coluna assenta directamente sobre o soco, possuindo fuste de secção quadrangular, com arestas chanfradas a partir dos primeiros centímetros da base e até perto do topo, formando planos mais estreitos que as faces principais. O remate é talhado na mesma peça do fuste, e consta de uma pirâmide de base quadrada, ligeiramente saliente em relação à coluna. A pouca distância do remate existe um estreito aro em ferro, aninhado numa cavidade circular pouco profunda, escavada em torno do fuste. Segundo os locais, este aro foi colocado para reforçar a estrutura, após uma das já referidas tentativas de levar o pelourinho para Nelas. O monumento foi restaurado em 1949.
Será ainda interessante notar que existem vários outros pelourinhos com configuração similar, e o mesmo carácter tosco e singelo, no distrito de Viseu; entre muitos outros, vejam-se os pelourinhos de Janardo, Ladário, Lalim, São João do Monte ou Arcos. Ainda que sejam de construção contemporânea ou anterior (visto que muitos datam da primeira metade do século XVI), e tenham carácter mais ou menos elaborado, a maior parte dos pelourinhos do distrito possuem uma tipologia semelhante, com remate piramidal, muitas vezes embolado. SML
(Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=73398) |