Nota Histórico-Artistica: |
O Couto do Mosteiro foi instituído por D. Afonso III em 1255, a favor dos Bispos de Coimbra. Teve foral dado por D. Manuel, em 1514, que elevou a povoação à categoria de vila e sede de concelho. Manteve esta posição até à extinção, em 1836, passando a freguesia de Santa Comba Dão. O pelourinho da localidade, que desde então se conserva no largo que tomou o seu nome, junto do edifício da antiga Casa da Câmara, tribunal e cadeia, foi erguido na sequência da atribuição do foral manuelino, de acordo com a sua tipologia.
O pelourinho levanta-se sobre uma plataforma de três degraus quadrangulares, de aresta boleada, bastante rústicos, estando visíveis apenas os dois primeiros. O degrau inferior, bem como boa parte do intermédio, encontra-se soterrado no pavimento. A coluna arranca com base de secção quadrada, que segue assim durante cerca de um quarto da altura total. Os três terços restantes são talhados em quatro grossos toros espiralados à direita. Sobre o fuste assenta um capitel circular, liso, constituído por astrágalo, gola e ábaco. Sustenta o remate do monumento, em cesto, composto por uma secção inferior de maior altura encimada por três molduras circulares. É completado por um pináculo cónico levemente estriado, de topo truncado. O conjunto é muito singelo e algo rude, embora a sua concepção denuncie claramente a influência do estilo manuelino, e particularmente do modelo do pelourinho velho de Santa Comba Dão, hoje perdido. Constava este de um fuste torso de quatro toros lisos, rematado por ábaco circular e capitel decorado com motivos vegetalistas, onde assentava um pináculo cónico espiralado, que foi reproduzido em vários pelourinhos da região. O de Couto do Mosteiro surge particularmente atarracado, valendo a pena compará-lo com o de São João de Areias, certamente mais fiel ao original. SML
(Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=73689. Imagem captada em abril 2024 @Google) |