Nota Histórico-Artistica: |
São João de Areias foi doada por D. Gonçalo Moniz e sua mulher, D. Mumadona, ao Mosteiro de Lorvão. Ainda que por essa altura não passasse certamente de uma localidade pequena e escassamente povoada, era já concelho no século XIII, de acordo com as Inquirições de 1258. Ainda assim, apenas recebeu o seu foral das mãos de D. Manuel, em 1515. A construção do pelourinho, que ainda hoje se pode apreciar num largo central da povoação, onde se supõe ter estado a antiga Casa da Câmara, datará justamente da atribuição deste documento, já que o monumento possui feição nitidamente manuelina.
O pelourinho ergue-se sobre uma plataforma constituída por quatro degraus oitavados, de aresta, sendo o térreo um pouco mais alto que os restantes, onde assenta o conjunto da base, coluna e remate. A base do fuste é sensivelmente cúbica, tendo os vértices superiores chanfrados, de modo a fazer a transição para as molduras oitavadas, intervaladas por escócia, de onde irrompe a coluna. Esta é torsa, constituída por quatro toros lisos espiralados à direita, e rematada por astrágalo, gola, equino e ábaco circular. O capitel é composto por uma plataforma saliente oitavada, de faces côncavas, interceptadas por outra plataforma circular sobreposta. Nela assenta um pináculo cónico, espiralado, de boas dimensões, com o terço superior separado dos inferiores por uma pequena gola que parece estrangular o tronco. O coroamento é feito por um diminuto toro encimado por quatro bolas em cruz rematadas por um botão onde encaixa a grimpa, em ferro, com galo de catavento. O modelo deste pelourinho parece ter sido a antiga picota de Santa Comba Dão, destruída em finais do século XIX, e substituída por uma peça revivalista de parco interesse. SML
(Info disponível em https://servicos.dgpc.gov.pt/pesquisapatrimonioimovel/detalhes.php?code=73991. Imagem captada em abril 2024 @Google) |