Reconstruir a Europa: a economia cultural e criativa antes e depois da COVID-19

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Novo estudo revela que as indústrias culturais e  criativas podem ser a chave para reconstruir a economia devastada na Europa

 
O Grupo Europeu de Sociedades de Autores e Compositores (GESAC), do qual da SPAutores é membro da direção, solicitou à consultora EY a realização de um estudo sobre a situação económica das indústrias culturais e criativas (ICC) na Europa. O estudo contou ao apoio de várias organizações parceiras.
 
O novo estudo, intitulado “Reconstruir a Europa: a economia cultural e criativa antes e depois da COVID-19”, divulgado dia 26 de Janeiro, reúne os números que estão por de trás da próspera economia cultural e criativa da Europa antes da pandemia, assim como dos efeitos nefastos do encerramento dos estabelecimentos e das medidas de saúde implementadas. Ao mesmo tempo, apresenta uma série de recomendações para capacitar as ICC, de modo a que estas possam ser um dos impulsionadores da reconstrução e renovação da economia da Europa. 
 
A análise recaiu sobre os 10 sectores de maior destaque nas ICC: publicidade; arquitectura; audiovisual; livros; música; jornais e revistas; artes performativas; rádio; videojogos e artes visuais. 
 
O estudo revela que as ICC empregam mais do dobro dos indivíduos do que as indústrias automóvel e das telecomunicações juntas; encontravam-se numa fase de crescimento mais acelerado do que a média da UE; representavam 4,4% do PIB da UE em termos de volume de negócios. Durante a pandemia integram um dos sectores mais afectados e devastados, mais do que a indústria do turismo e quase no mesmo nível que o transporte aéreo. Porém, se devidamente capacitadas, podem ser a chave para a reconstrução da economia da Europa. 

 

UMA ECONOMIA PRÓSPERA
Em 2019, as ICC representaram 4,4% do PIB da UE em termos de volume de negócios, com receitas anuais de 643 mil milhões de euros e um valor acrescentado total de 253 mil milhões de euros. As ICC  foram um dos principais promotores de empregos na Europa, dando trabalho a mais de 7,6 milhões de pessoas, isto é, oito vezes mais que o número da indústria das telecomunicações.

As ICC estavam num crescimento acelerado (+ 2,6% ao ano desde 2013) maior do que a média da UE (+ 2%) e representavam um superavit comercial de 8,6 mil milhões de euros em 2017 (de acordo com os últimos dados disponíveis) – fazendo sobressair o estatuto da UE como uma potência cultural na economia mundial. A economia criativa também sobressaiu de forma positiva no que respeita à inovação tecnológica, diversidade de género e promoção de emprego para os jovens.

O IMPACTO DA COVID-19 
Na avaliação do impacto da COVID-19, o estudo concluiu que as ICC foram mais afectadas do que a indústria do turismo e ligeiramente menos que o sector do transporte aéreo.  No seu todo, as ICC tiveram perdas de mais de 30% da sua facturação em 2020 – uma perda acumulada de 199 mil milhões de euros - com os sectores da música e artes cénicas a terem perdas na ordem dos 75% e 90%, respectivamente; as artes visuais, com perdas de 53 mil milhões de euros; e o audiovisual com perdas na ordem dos 26 mil milhões de euros. 

A RECONSTRUÇÃO NECESSÁRIA
Considerando a contribuição fundamental das ICC para a economia em geral e o seu potencial para ajudar a UE a sair da crise, o estudo conclui que o sector criativo deve estar no centro dos esforços de recuperação da Europa, e recomenda uma abordagem em três vertentes: 'financiar, capacitar, e alavancar '. Recomenda o financiamento público e a promoção do investimento privado; um quadro jurídico sólido de modo a criar as condições necessárias para revitalizar a economia criativa e salvaguardar o seu crescimento a longo prazo; e alavancar o poder persuasivo das ICC e do talento criativo individual para impulsionar o progresso da sociedade.

 
Consulte o Estudo integral (Versão inglesa) e/ou o Sumário Executivo (disponível em português).

Data: 26/01/2021

Local:

Publicação: Sociedade Portuguesa de Autores, 28-01-2021

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